Marianne
Sou sensível a você, como uma bolha de sabão sem destino no ar, sei que a qualquer momento irei estourar...

Você é a alegria mais triste que já senti e o alívio mais doloroso que sofri.

Eu abri a janela, esperando a nebulosidade de mais um dia, mas você repentinamente surgiu, como o sol, como a luz, colorindo tudo o que estava cinza e isso trincou cada pedaço do pouco que sou.

Eu ainda giro em torno do vazio, que anteriormente tinha como centro: você! Como se eu estivesse em uma órbita, um pequeno planeta rodeando um imenso sol... O sol que desapareceu como um fenômeno instantâneo, nascendo e morrendo no mesmo instante, em si mesmo, não deixando nenhum rastro...

Quem me dera ainda tivesse o prazer de iludir-me. Quem me dera houvesse esperança...

Quando não há um vazio, parece não haver nada, mas quando esse vazio é preenchido, ele se enche mais, transborda, mas se o que preenche o vazio some ali mesmo, o vazio passa a ser calculado, e o resultado é que: desde que você saiu da minha vida, não senti só sua ausência, mas a ausência de todo mundo, pois enquanto você estava ali, o todo mundo existia, você era o todo mundo... Agora as pessoas são somente mobílias na minha visão... Embora sejam infinitas as metáforas a serem usadas para explicar a sua falta, sinto que infinitas são também as tentativas de tentar explicá-la...

“É difícil manter uma vela acessa, na chuva fria de novembro”.

Você lembra de novembro?
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