Marianne

Amor tolo é providencial
Você se encolhe, nossa paixão se consome
Meu coração é uma prostituta, seu corpo está alugado
Meu corpo está quebrado, o seu está torto

Entalho seu nome no meu braço
Ao invés de estressado eu fico aqui encantado
Porque não há mais nada a fazer,
Cada eu e cada você

Amor tolo é uma prisão que eu escolho
Nenhuma outra prisão eu escolho ter
De um outro amor eu abusaria
Nenhuma circunstância poderia justificar

Na forma das coisas a vir
Veneno demais se soltou
Porque não há mais nada a fazer
Cada eu e cada você

Cada eu e cada você,
Cada eu...

Amor tolo é conhecido por ser instável
Propenso a se agarrar e desperdiçar estas coisas
Se encolha pelo amor de Deus
Nunca houve tanto em jogo

Eu sirvo minha cabeça em um prato
É apenas confortável ligar tarde
Porque não há mais nada a fazer,
Cada eu e cada você

Cada eu e cada você,
Cada eu...

Como os nus guiam os cegos
Eu sei que sou egoísta, sou insensível
Amor tolo, eu sempre acho
Alguém para machucar e deixar para trás

Completamente sozinho no espaço e tempo
Não há nada aqui a não ser o que é meu
Algo emprestado, algo triste
Cada eu e cada você.

Cada eu e cada você,
Cada eu...
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Marianne
Debaixo da abobada do mundo, nada é diferente para nós,
Viro e reviro meus lençóis, controlando a ira provocada pelo passado,
A noite me atormenta com a insônia da sua ausência...
Fecho os olhos para fugir de tudo, mas na escuridão sempre te vejo,
Você tem sua morada em mim e não a abandona porque és prisioneiro da minha mente
Quando ao mesmo tempo minha mente é prisioneira de tudo o que você é...
Meu veneno, minha cura e minha doença, minha febre, minha vida e minha morte
Você nunca morre aqui em meu universo particular
Você vê o céu passando pelo vidro do seu carro
Enquanto eu vejo as pedras passando ao lado do ônibus
Me pergunto se você senta sozinho no sofá da sua casa
Me pergunto se você sente uma ausência presente gritando ali
Enquanto você sorri sozinho em frente a sua TV de plasma
Enquanto você joga vídeo game e grita “oh man!”
Enquanto você faz - eu me pergunto tudo
Você está com frio agora?
Você está se cuidando?
Queria tanto estar em você, como as pétalas estão na rosa
Mas está tudo bem, estou tentando me conter
Se isso tudo fosse uma canção
Faria um único refrão:
Você chora?
Será que você chora?
Você nunca morre, mas sempre me mata,
Queria tanto estar em você, como o azul está no céu
Queria tanto estar em você, como o frio está na neve
Queria tanto estar em você, como a pele está em seu corpo
Queria tanto estar em você, como o coração está em seu peito
Queria tanto estar com você...

Você chora?
Será que você chora?


Você ainda lembra de mim?
Marianne
Embora eu não acredite muito nessas coisas, mas vamos lá seguir a cultura e as tradições, já vou deixando um Feliz Páscoa aqui com uma imagem muito fofa que achei.


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Marianne

“Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só…”

Florbela Espanca
Marianne
Estou aqui, perdendo um tempo e ocupando um espaço, mas porque perdendo um tempo? Porque lá fora a sociedade obriga e diz aqui dentro me convencendo de que “quem não produz nada, perde tempo”. É, não estou produzindo nada que sustente grandemente o capitalismo atual, só estou escrevendo, lógico dando crédito ao sistema virtual e as empresas dentro desse sistema, mas nada que faça alguém se expressar “uau!!”.

De verdade, estou um pouco carregada de mim mesma, ultimamente sentei e fiquei assistindo minha própria vida, como se meu corpo agisse automaticamente, enquanto minha mente pousava sobre uma cadeira observando tudo e todos. Então eu vi muitas coisas, vi pessoas mentindo, pessoas falando a verdade, mas em breve desistindo da verdade, foi quando me perguntei, quando alguém te diz algo e logo desisti disso, isso se torna uma mentira? Ou uma nova verdade que anulou a outra? Ou será que aquilo que eu pensei ser verdade sempre foi uma mentira?

As pessoas tem um vazio, um vazio impreenchível, as vezes acreditam que um relacionamento irá preenche-lo, então quando um amor se vai, irracionalmente tentam preencher esse vazio, como uma espécie de substituição, mas se o antigo amor retorna, mesmo injusto, o amor atual é descartado... Substituições, o homem só vive através de substituições, e jamais abandona o mundo dos gregos, o mundo em que o homem é o centro.

A realidade é amarga, não é assumir um papel de vítima, mas ser realista, sempre te colocarão como segunda opção, sempre irão te bajular na intenção de te deixar no “estoque”, irão mentir, difamar, fingir, simular, irão te fazer sentir insuficiente, inútil. Mas a questão é, você é isso o que te fazem sentir ser ou você é o que você faz de si?
Isso tudo me fez lembrar de uma frase que diz assim: “Difícil não é lutar pelo que mais se quer e sim desistir do que mais se ama eu precisei desistir de você , mas não pense que desisti por não ter mais forças para lutar, mas sim por não ter mais condições de sofrer.”

Com o tempo descobrimos que inútil não somos nós, mas inútil é o sentimento que a pessoa faz você sentir, até que chega um ponto em que o próprio emocional cansa de sofrer e no final tudo, tudo mesmo se torna inútil.
Marianne
"Navegando" por alguns sites procurando alguma ocupação satisfatória, encontrei uma música que eu não conhecia - embora me pareceu familiar - achei tão bela, vou deixar o vídeozinho e a letra aqui. É mais uma daquelas melodramáticas que não deixa de ser interessante =P (Eu pessoalmente não morreria por ninguém!)


Eu devia saber melhor
Que para te deixar totalmente só
Todas as folhas cairam
Eu só queria que você soubesse

Eu observo você caindo
Todas as horas que passamos juntos
Você esteve apaixonada por outro (...)
Você achou que podia esconder isso para sempre

Quando movo-me para fora de mim
Para ver o estrago que tem sido feito
Eu cheguei ao fim
Sem mais mentiras

(Refrão)
Eu morreria por você
Eu morreria por você
No fundo da minha mente
Você sabe que meu amor sempre foi real
Oh querida, eu morreria por você

Eu devia saber melhor
Como eu fui saber
Nunca pensei que você me deixaria
Até que eu vi você partir

Agora eu apenas me encosto
E tiro a luz do lado da cama
A hora está próxima um outro amor que era sagrado está agora morto

Sonhando com o que antes era amor
Me fez finalmente ver que você e eu
Nunca poderíamos encontrar o tempo
Ser ou não ser

(Refrão)
Eu morreria por você
Eu morreria por você
No fundo da minha mente
Você sabe que meu amor sempre foi real
Oh querida, eu morreria por você

Acidentar-se na colisão
Com toda a precisão de um mestre
Solidão, frustação
Sem uma variação não, não
Acidentar-se no escuro da noite
Um coração partido para os holofotes
Esquecendo todas as despedidas
Espalhe suas asas e eu estou voando

(Refrão)
Eu morreria por você
Eu morreria por você
No fundo da minha mente
Você sabe que meu amor sempre foi real
Oh querida, eu morreria por você

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Marianne

Se você estiver me deixando não leve tudo de mim
Se você estiver me deixando não me convença de que tudo tem um fim
Eu não sei aceitar esse tipo de ida sem volta
E aquele que parte – mente - nunca retorna

Tu és o pilar que me mantém de pé
É uma divindade que me ensina muito sobre a fé
Mas se você me deixar eu irei cair
Não quero sentir a sua voz de pouco em pouco sumir

Te amo tanto, te amo muito que o verbo amar se torna nada
Pois o tanto que te amo fica sem verbo pra explicar como tu és amada
Pois és meu colo, minha santa, meu aconchego materno
És quem vê nos filhos de Deus o amor eterno

Se você for eu ficarei vazia mais do que sou
Se você for eu não saberei se ainda estou
Não me deixe com sua ausência
Faria tudo para ficar eternamente na sua presença



Te amo vovó, se realmente existe um Deus, desejo que Ele te cure...
Marianne
Amar é sentir-se fraca pra mim... É desanimar no meio do caminho. Ao acaso lembrei-me de uma cena que explica bem isso, daquele seriado que eu já havia falado por aqui (Skins), vou deixar o diálogo que copiei do vídeo:


Freddie: - Eu amo você pra caralho. Agora é quando você diz...
Effy: - Não se mexa.

Freddie deita ao lado de Effy na grama e aponta para as nuvens...

Freddie: - Aquela é o JJ.
Effy: - Os rostos deles... Debaixo da pele.
Freddie: - Da pele?
Effy: - Entre esse mundo e o próximo... Os dentes e as garras deles estão saindo. Tentando irromper.
Freddie: - Você cheirou algo no táxi?
Effy: - Tipo um peido, ou algo assim?
Freddie: - Não, tipo drogas ou algo assim.
Effy: - Uma droga com a sua cara.

Effy: - Aqui. – Diz ela passando o dedo na direção do coração dele. – O seu buraco que combina com o meu. No momento em que eu te vi, eu sabia que seria o mais próximo que eu ficaria de... me aproximar. Eu não sabia o que fazer com esse sentimento. Felicidade.
Freddie: - Olha, Effy... Você está mais próxima que eu jamais...

Effy: - Mas eles sabem, agora, e estão famintos. Famintos pra caralho. Porque, que eu saiba, há muitos que estão me perseguindo. E agora estão prontos, estão fortes o bastante para irromper. E eu não consigo lutar com eles. Eu costumava conseguir quando era forte, mas... você me deixou fraca. E agora eu não consigo. Não consigo. 


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Marianne
Mentiras

Nada ficou no lugar
Eu quero quebrar essas xícaras
Eu vou enganar o diabo
Eu quero acordar sua família...

Eu vou escrever no seu muro
E violentar o seu gosto
Eu quero roubar no seu jogo
Eu já arranhei os seus discos...

Que é pra ver se você volta,
Que é pra ver se você vem,
Que é pra ver se você olha,
Pra mim...

Nada ficou no lugar
Eu quero entregar suas mentiras
Eu vou invadir sua aula
Queria falar sua língua...

Eu vou publicar os seus segredos
Eu vou mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos
O resto da minha alegria...

Que é pra ver se você volta,
Que é pra ver se você vem,
Que é pra ver se você olha,
Pra mim...
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Marianne


Ela evitava pensar sobre isso, para que não pudesse ouvir seus próprios pensamentos, ela não queria mudar aquilo tudo que ela carregou por anos e anos, como se fosse sua base existencial.

Uma noite, por acidente, ela sentou em um banco e na escuridão uma sombra se aproximou e sentou do seu lado, essa sombra possuía um semblante triste, mas ela sabia mais do que ninguém que essa sombra, essa silhueta perfeita de sorriso raro, porém amigável, era o único ser que naquele momento a entendia.

Ela fugiu por anos e anos da dialética de muitas coisas, mas evitando pensar descobriu que a sombra pensou no lugar dela e falou tudo o que ela temia ouvir: A Verdade.

Ela que anteriormente vivia em uma corda bamba, caiu no abismo e foi expulsa do paraíso.

Primeiro perdemos nossa fé, depois caímos em um pensamento meio panteísta cientifico, e no final viramos céticos...

Não sei se te agradeço sombra ou se te amaldiçôo... Embora eu não acredite mais em bênçãos e maldições...
Marianne
É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas…
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o…
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga…
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça…
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o…
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida… Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos.
Mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!

Cecília Meireles
Marianne
Pego meus livros e caminho até a rodoviária na companhia de uma das únicas pessoas que eu sei, que estará do meu lado até que a morte nos separe – meu querido pai.

Subo no ônibus, sento no canto da janela, tentando demonstrar uma gentileza de que deixei um espaço vago do meu lado, mas ele permanece vago até o meu destino. Ouço um pouco de “Mogway” enquanto assisto as faixas da estrada passar de pressa, anulando o espaço entre si e se transformando em uma única linha branca. O motorista esquece de parar na minha faculdade, mas estou um pouco fadigada com uma droga farmacêutica, que nem consigo me estressar ou pensar em alguma coisa, apenas sorrio e digo que está tudo bem para o cobrador... Mas não está.

Espero mais uma hora até o próximo ônibus enquanto assisto o vai e vem de várias pessoas, mas nada me vem em mente... Meu ônibus chega, volto pra casa, caminhando devagar, olho no cenário ao meu redor e a única coisa que pergunto: Pra quê tudo isso? E não ouço respostas.

Entro em casa, procuro meus três gatos para conferir se estão vivos, se ninguém os atropelou ou se ninguém deu veneno para eles, vejo que está tudo bem. Guardo minhas coisas, troco de roupa, apago a luz do meu quarto e ligo o ventilador, fico olhando ele girar no teto através da pouca luz que entra pela veneziana da janela e penso: Só foi mais um dia ruim.

Fecho meus olhos e durmo para fugir, não sonho com nada. E mais um dia se foi em uma existência medíocre, apática e rotineira.

Não há nada de novo e eu me sinto apenas um fantasma que vaga e vai morrendo, desaparecendo de pouco em pouco.Gostaria que isso fosse mais rápido...
Marianne
Eu tinha tudo, agora não tenho nada, porque acreditava que tudo era um, mas descobri que o um não é tudo. Perdi meu poder porque perdi minhas crenças? Não há punição além do homem... É nesse pensamento que o mundo passou a ser errante, pois a priori era impossível fugir dos olhos de Deus, mas agora com a ausência Dele no homem, o homem se vê capaz de fugir do próprio homem.

Eu pensava “panteisticamente” (essa palavra não existe), que Deus estava na mínima folha pendurada na árvore distante, eu pensava que eu também estava lá, que tudo era uma rede que se ligava um ao outro, mas somos apenas pó, essa é a única verdade que é lógica, nascemos e vamos acabar na morte.

Agora sei que o que eu queria era estar no lugar daquelas pequenas folhas, que dançavam com a batida do vento em seu corpo, mas que não saia em sua juventude dos galhos de sua árvore, como uma filha que aproveita sua adolescência sem sair de baixo das asas de sua mãe. Mas metaforicamente, sou a folha que no seu tempo já não consegue permanecer nos galhos de sua origem, de suas crenças de suas tradições.

Estou sendo levado pelo vento, sinto que minha rotina atual está se rompendo e esses ventos me levarão á mudanças, sem um Deus a moral e a ética se perde ás vezes... Então me pergunto, o que irei me tornar desse ponto em diante? Provavelmente um ser pior e destrutivo - disfarçadamente - como sempre fui...

O amor ao próximo morre junto com a fé e com os contos de fadas mal contados.

O amor foi morto na cruz.
Marianne


“— E todos sabem que eu era diferente de todos vocês. Por isso, a maior parte do tempo eu passava sozinho.

Alguma coisa fez com que os anões prestassem atenção nas suas palavras sem dar um pio. Talvez porque, apesar de tudo, eles sempre tivessem vivido intrigados com a questão de saber por que o Curinga era diferente de todos.

— Minha casa é em lugar nenhum — prosseguiu ele. — Não sou de copas, nem de ouros, nem de paus, nem de espadas. Também não sou rei ou valete, nem oito, nem ás. Aqui estou eu, um simples curinga. E tive de descobrir sozinho o que é ser um curinga. Toda vez que mexo a cabeça, meus guizos tilintam e me lembram de que não tenho família, de que sou sozinho. Não tenho um número nem um ofício. Não domino a arte de soprar vidro dos anões de ouros, nem a arte da panificação dos anões de copas; a mim me faltam as mãos habilidosas para lidar com a terra, como as dos anões de paus, e também a força muscular dos anões de espadas. Assim, tudo o que sempre fiz foi andar por aí observando tudo o que os outros faziam. Em contrapartida, pude ver um monte de coisas para as quais todos os outros sempre foram cegos.

Enquanto falava, o Curinga mexia o pezinho da perna cruzada e seus guizos tilintavam bem baixinho a cada movimento.

— Toda manhã vocês se levantavam e saíam para o trabalho. Na verdade, porém, vocês nunca estiveram de fato acordados. Pode ser que vocês tenham visto o sol, a lua e as estrelas no céu, e também tudo o que existe e se move sobre a terra… mas vocês nunca viram todas essas coisas como elas realmente são. No caso do curinga é diferente, pois ele veio ao mundo com o defeito de ver coisas demais e de ver todas elas em profundidade!

— Então desembucha de uma vez, seu idiota! — interrompeu-o a Dama de Ouros. — Se você viu alguma coisa que nós não vimos, vá dizendo logo o que é!

— Eu vi a mim mesmo! — exclamou o Curinga. — eu vi a mim mesmo errando por um imenso jardim cheio de arbustos e árvores.”

O Dia do Curinga (Jostein Gaarder)
Marianne

Já não sou capaz de acreditar em Deus, quem dirá no homem? Pois eu via Ele nos olhos de cada um, mas agora Deus está morto... O céu e suas fábulas, seus anjos e santos se apagam da minha racionalidade, nada vejo, nada ouço, nada sinto da divindade.
Talvez eu esteja na fábula do inferno, abandonada em mim mesma...
Se houvesse um Deus ele não habitaria no homem, pois cada homem é uma legião de demônios, não haveria espaço ali.
Se eu fujo de mim mesma me encontro no meu próprio esconderijo.
Se não houvesse o homem não haveria a idéia de um Deus, tudo o que vejo são escritas de homem á homem, não há dedo de Deus em lugar algum desses livros!
O homem criou Deus - O homem matou Deus...
Agora entendo...

Deus está morto.

Marianne

Se pensar é existir, atinjo o meu auge e me limito aqui
Sei que só sirvo pra pensar e não agir
Caminho só vendo o céu escurecer
Caminho só e essa é a certeza absoluta
Porque nunca ninguém caminhou do meu lado
Um dia a mais, um dia a menos de solidão – que diferença faz?
Sempre estarei vivendo no hoje, isso é lógico...
Mas o hoje sempre carrega feridas de um “hoje” de ontem
E o hoje de agora será a composição de um “hoje” futuro
Lembra que no “hoje” passado eu temia pelo hoje de agora?
Percebe? Ele se concretizou, ele existe, ele está aqui
Bem dentro de mim, eu o respiro como se fosse labaredas a inundar meu peito
Queima, queima muito, queima tanto que evapora e forma chuva em meus olhos
Fizemos a causa, mas somente eu fiquei com a conseqüência...
Essa conseqüência carrega consigo inúmeros nomes:
Insuficiência, tristeza, mágoa, indiferença, decepção e o pior de tudo... Desamor.
Sabe, dessa vez quem ficou com a razão foi eu...
Me dê seu Adeus de uma vez por todas, somente ele poderá me libertar de você...
Heróis não existem... Eu sei.
Marianne

Adeus, sempre há o momento de dizer adeus...
Sei que sentirei a ausência quando olhar para mim mesma
Pois notarei que todos os cômodos do meu coração estão vazios
Ouvirei um eco desagradável do meu próprio choro interno
A sua imagem e seu sorriso irá permear por longas noites
As suas histórias serão lidas inúmeras vezes, você sabe
Mas terei que ser forte mais uma vez...
Você não irá sentir minha falta, isso é lógico
Afinal não posso competir com tantos anos de dualismo e amor
Sou só uma figurante que passou para não deixar nem levar nada
Alguém que sempre esteve fora de cena
Não posso amar na incerteza
Não posso amar por que sou fraca
Só estou me protegendo de uma frustração que pode começar facilmente do seu lado
Eu posso me arrepender, eu me arrependerei, mas irei dormir em paz
Preciso me encontrar nas minhas cinzas e você sabe
Só estou preenchendo o vazio que você deixou depois de ter me falado toda a verdade...
Não posso lutar por você porque não sinto o seu amor..
Marianne
Às vezes penso que o vento possui uma consciência maliciosa e brincalhona, faz da minha vida uma folha que vai e vem, ou quem sabe, na verdade, sou uma árvore enraizada nesse solo limitado que me limita, penso que o vento retira minhas folhas e traz á mim, como redenção, inúmeras coisas inimagináveis...

O vento fez uma cortina dançar e nessa valsa eu descobri que alguém existia, embora não vejo mais esse alguém, eu ainda vejo as cortinas... A semelhança de todas as cortinas traz a mim a lembrança de uma coisa em si, de alguém em si, mas que vive longe de si... Esse alguém não se parece com as cortinas, mas a cortina escondeu seu rosto, agora todas as cortinas trazem a mim o rosto - que uma única cortina deixada a se levar pelo vento - escondeu diante de mim. Todas as cortinas escondem um único rosto que nunca se revela para mim.

Marianne
Estou feliz porque tudo está sensível ao meu redor
Ouço o cair de uma folha e sinto a plenitude da brisa
Choro mas sem anular o meu sorriso, pois tudo se apresenta tão belo
Talvez eu esteja sonhando com a paz desejada
Não quero acordar...
Se isso é loucura não quero ficar lúcida
Eu caminho sozinha pelas ruas, mas tenho minha sombra
O amor é um veneno que paralisa pedaços da minha mente
Não quero amar nada nem ninguém
Não quero que ninguém me ame
Quero ficar encolhida no meu circulo vicioso
Viver no mundo dos meus livros
Abrir meus braços quando a brisa se tornar ventania trazendo a tempestade
E sentir os mais fortes trovões ecoarem no meu peito
Porque sou humana e habita dentro de mim um caos
Porque sou mulher e habita dentro de mim um coração solitário na sua feminilidade

Marianne
Sozinho no abandono da multidão
Caminhas por trilhas mortas – não há caminho
Mas ainda ouve um coração
A vida não tem destino – mas sentido
Se tivesse seria somente um:
Todos dormindo no infinito
Não chegando a destino algum
Marianne

Vem em mim como a brisa cortando a cevada
Deita-me em imensas ondas onde queres me afogar
És doce e amarga, amiga e inimiga, é a moeda que eu pago pela minha existência - sentença
Eu te chamo de minha penitência, minha redenção e minha salvação
Eles te chamam de vida – sopro de Deus
A sobra do prato de Deus...
Marianne
Você foi o único que viu a boneca empoeirada atrás da vitrine
Eu sempre me senti uma figurante na vida de todos
Muitos passavam na frente da loja mas não olhava para os lados
Mas você tocou a palma da sua mão no vidro que me protegia
Então me fez acreditar que eu respirava
E algo começou a pulsar dentro do meu peito
Passei a ouvir um eco chamando por você
Você sorriu e eu sorri de volta e eu acreditei que existia
Quando vi que eu podia me movimentar no reflexo dos seus olhos
Mas você não me levou para casa
Você tem medo até de me por na sua escrivaninha
Eles apagam as luzes e eu permaneço mais um dia no mesmo local
Esperando aquela criança me olhar e brincar comigo
Porque você me mostrou o paraíso e não me deixou entrar?
Você está trincando meu rosto me fazendo chorar
E meu coração de porcelana está virando cacos que me machucam por dentro
Devolva a minha solidão criança medrosa...

Marianne


Não consigo parar de chorar, tentei parar de pensar, mas não dá certo.
Você não espera que as coisas aconteçam, você não pode controlar, você não pode controlar nada.
Então eu estou nesse dia de visitas idiota e todo mundo é esnobe e rude, e aí eu vejo alguém.
Eu nunca nem falei com ela... Isso não pareceu importar, porque aí tudo ficou bem divertido.
E quando estávamos indo pra casa, estávamos contando segredos. Eu queria mover minha mão, eu queria tanto movê-la, e aí ela moveu a dela. Eu queria ter contado como é fácil pra mim amar alguém.
Somos todos sozinhos e tudo o que queremos é alguém que você sabe... Preste atenção... E nos diga que somos bonitos e meigos, e... E diga que quer você...

Carta de Sophia – Episódio 2 – 4º Temporada Skins
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Marianne
Resolvi trazer aqui algumas frases de destaque de Paul-Jean Sartre:

- Nunca se é homem enquanto se não encontra alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer.

- O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.

- Detesto as vítimas quando elas respeitam os seus carrascos.

- O homem não é nada mais do que aquilo que faz a si próprio.

- O homem não é a soma do que tem, mas a totalidade do que ainda não tem, do que poderia ter.

- Cada homem deve inventar o seu caminho.

- O desejo exprime-se por uma carícia, tal como o pensamento pela linguagem.

- És livre, escolhe, ou seja: inventa.

- Ser-se livre não é fazermos aquilo que queremos, mas querer-se aquilo que se pode.

- Não fazemos aquilo que queremos e, no entanto, somos responsáveis por aquilo que somos.

- Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem.

- Nunca julgamos aqueles a quem amamos.

- O homem deve ser inventado a cada dia.

- O mal só pode ser vencido por outro mal.

- A vida é o pânico num teatro sem chamas.

- No amor, um mais um é igual a um.

- Se você sente tédio quando está sozinho é porque está em péssima companhia.

E como expressava meu Prof. Dorgival em Negócios Internacionais, quando dava murros no quadro:

- Estamos condenados a ser livres!!!!!!
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Marianne
If all is well, why your voice is sweet?
If nothing happened, why we think about it every night?
If everything was just a joke, why we are taking them seriously?
You are special to me
For it you was the first person that lost the look at me
I felt the horizon of someone for the first time
And that made me happy ...

Marianne
Não és bom, nem és mau:
és triste e humano...
Vives ansiando
em maldições e preces,
Como se a arder no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano.

Pobre, no bem como no mal padeces;
E rolando num vórtice insano,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.

Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas com as virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:

E no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge
e um deus que chora.

Autor: Olavo Bilac

Marianne
Assistindo uma série inglesa chamada Skins, não pude deixar de focar a atenção em um diálogo da personagem Cassie com sua professora, como usar de um problema pessoal para ter poder sobre as outras pessoas e conseguir o que quer de maneiras fáceis, mesmo que isso nos leve á autodestruição. E logo, a tentativa da pessoa que busca entender o que se passa dentro de si, fazendo o uso da dor e a impossibilidade que temos em evitar que as coisas ruins aconteçam.

Professora: Então, você vai escrever alguma coisa?
Cassie: Eu não tenho certeza.
Professora: Sobre o quê?
Cassie: Quanto tempo eu posso esperar para escrever e ainda assim tirar 10.
(...)
Cassie: É possível aproveitar o poder de verdade?
Professora: O quê?
Cassie: É a terceira questão.
Professora: Eu não posso te ajudar com a sua prova.
Cassie: Eu parei de comer e então todos tiveram que fazer o que eu dizia. Isso me deu poder.
Professora: E você aproveitou?
Cassie: Eu acho que foi a época mais feliz da minha vida. Mas eu tive que parar antes que eu morresse por que... Senão não seria divertido. Você não entenderia.
Professora: Você está errada, Cassie.
Cassie: Você também se cortava?
Professora: As pessoas fazem qualquer coisa... As pessoas fazem qualquer coisa para saber por que elas se sentem mal. Não é verdade?
Cassie: E você? Conseguiu?
Professora: Como eu disse, eu não devo ajudá-la com a sua prova.
Cassie: Eu quero que você me diga.
Professora: O quê?
Cassie: Como impedir que coisas ruins aconteçam.
Professora: Não funciona, não é? É por isso que você tem que começar a comer de novo.
Cassie: Eu me apaixonei.
Professora: Ah! Amor. Porque se cortar quando você pode estar amando?
Cassie: Você acha que passar em uma prova vai me fazer feliz?
Professora: Cassie, passar na prova normalmente faz a vida ficar mais complicada. Mas há muitas outras coisas que fazem a vida ficar suportável. E você nem precisa usar uma faca.
Cassie: Como?
Professora: Música!

Então elas começam a dançar na sala e Cassie conclui seu teste de Filosofia.
Marianne

Estamos caminhando em direção do nosso objetivo, seguindo os tijolos de ouro, para descobrir que tudo não passa de uma farsa. Fingimos até a nossa respiração, para quê tudo isso? Colocamos nossa máscara e negamos assumir nossa verdadeira identidade, pois o outro também está mascarado, a igualdade não pode existir nesse espaço. Não somos nosso nome, não somos um sexo, não somos uma aparência, não somos nada do que as palavras determinam que sejamos... Simplesmente não somos.

Caminhando pelo mundo nenhuma novidade é encontrada, não somos capazes mais de afirmar as coisas que nos diferem dos animais, pois nos assemelhamos mais com um do que com os grandes intelectuais do passado que nos deixaram tantas coisas. A prática é tão diferente da teórica...

As pessoas são tão vulgares, buscam chamar a atenção, retornam ao mundo grego, pensam que é o centro do universo, quando não passam de um bando de inúteis, preguiçosos, vergonhosos, que nem tem consciência da própria existência.

Pessoas alienadas que se vestem de mídia, que comem porcaria que cai no chão e erguem o nariz tentando mostrar que possuí alguma coisa, quando na verdade chora sem consolo por dentro, pois há pessoas que odeiam tanto a forma que veio ao mundo, tentam desesperadamente se alterar, não vê resultados, então libera a frustração existencial em gestos escandalosos, gestos nojentos e animalescos.
Marianne

Agora que perdi tudo para você,
Você diz que quer começar algo novo,
E isso está partindo meu coração, você está indo embora.
Baby, estou lamentando.

Mas se você quer partir, tome muito cuidado,
Espero que tenha muitas coisas bonitas para vestir,
Mas então muitas coisas bonitas tornam-se ruins lá fora.

Oh baby, baby, é um mundo selvagem,
É difícil atravessar apenas com um sorriso.
Oh baby, baby, é um mundo selvagem,
Sempre lembrarei de você como uma criança, garota.

Você sabe, eu vi muito do que o mundo pode fazer
E isso está partindo meu coração em dois
Pois eu nunca quero te ver uma garota triste.
Não seja uma garota má.

Mas se você quiser partir, tome muito cuidado,
Espero que faça muitos bons amigos lá fora,
Mas só lembre-se, existem muitos ruins e cuidado.

[...]

Baby, eu te amo,
Mas se você quiser partir, tome bem cuidado
Eu espero que faça muitos bons amigos lá fora
Mas só lembra que há muitos maus e cuidado

Cat Stevens - Wild World
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Marianne
Sou a sua estrela da manhã, solitária e temporal na madrugada...
Sou teu Judas, te entregando com um beijo doce e vermelho
Não sou fada, não sou anjo, não sou suas projeções
Sou o abismo que olha para você...
Uma louca que se equilibra na beira do muro, no escuro...
Um vento, um pensamento, um susto e eu voarei
Com meus braços abertos posso ser heroína
Posso tocar o céu com meus dedos
Deitada na beirada de uma planície deixo meus cabelos dançarem para você
Tenho meus sapatinhos de cristal e eu os curvos em reverencia
E com a beira de meu vestido ordeno uma valsa cega de pulsões
Sinta a chuva, sinta a chuva que sangra do cosmo
Deixe-se lavar, lave-se no deixar...
O demônio sempre teve olhos castanhos e uma vestimenta vermelha
Ele sorri para nós...
Você não precisa ser forte quando não precisa de mim
Eu preciso ser fraca quando não preciso de ninguém para fingir ser gentil
Essa poeira branca passa pelos meus pensamentos e eu não vejo mal
Como fugir de nós quando o nós está em mim e em você
Deixe a chuva sangrar para te pintar de vermelho...
Talvez eu durma mais alguns dias a partir de amanhã.
O céu ainda sangrará por nós?
Marianne
Quando a noite é muito fria
Sinto a ausência do calor do seu abraço
Busco no silêncio de folhas vazias
Preencher a sua falta nesse espaço
Fecho meus olhos e revivo o passado
Se o inferno é para eu a distância do seu corpo
Como misericórdia, recebo as memórias do nosso encontro

Não sei mais nada sobre você
Isso me angustia em cada amanhecer
Será você o amor que queimará para sempre em mim?
Será você aquele por quem sempre tentarei deixar nas entre linhas da minha filosofia
Um grito e um choro de saudade – fraqueza cega de agonia?
Sinto falta de você, não há nada que fazer
Você se foi e eu não consegui te segurar
Levarei comigo meu amor - esse pesar
Em inúmeras primaveras procurando o seu olhar...
Marianne

Você diz que sente muito
E aquela cara de anjo aparece somente quando você precisa
Eu andando para frente e para trás o tempo todo
Porque eu sinceramente acreditei em você
Esperando os dias se arrastarem
Garota estúpida, eu deveria saber
Eu deveria saber

Eu não sou uma princesa, isso não é um conto de fadas
Eu não sou aquela que você quer agradar
Conduzida pela escadaria
Isso não é Hollywood, esta é uma cidade pequena
Eu era uma sonhadora antes de você chegar e me por para baixo
Agora é tarde demais pra você e seu cavalo branco
aparecerem

Talvez eu fosse ingênua, me perdi nos seus olhos
E nunca realmente tive chance
Foi erro meu, não sabia o que era estar apaixonada
Você batalhou para ter uma vantagem
Eu tive tantos sonhos sobre você e eu
Finais felizes, bem agora eu sei

Eu não sou uma princesa, isso não é um conto de fadas
Eu não sou aquela que você quer agradar
Conduzida pela escadaria
Isso não é Hollywood, esta é uma cidade pequena
Eu era uma sonhadora antes de você chegar e me por para baixo
Agora é tarde demais pra você e seu cavalo branco
aparecerem

E ai está você sobre seus joelhos
Implorando por perdão, implorando por mim
Como eu sempre quis, mas eu sinto muito. . .

Porque eu não sou sua princesa, isso não é um conto de fadas
Eu ainda vou achar alguém algum dia
Que realmente me trate bem
Esse é um mundo grande, aquela era uma cidade pequena
Lá no meu retrovisor desaparecendo agora
E é tarde demais para você e seu cavalo branco
Agora é tarde demais para você e seu cavalo branco
me alcançarem agora

Oh tente e me alcance agora
É tarde demais para me alcançar agora

[White Horse - Taylor Swift]
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