Marianne


Final da tarde e ainda um sol quente deixava todos febris, subo correndo e um perfume familiar me vem à tona, um deja-vu, uma nostalgia? Não, era quem eu pensava que era, era quem eu não queria que fosse, era alguém que um dia foi algo que eu queria que sempre fosse... Fosse especial para mim.

E aquela aparência nova era a mesma dos tempos antigos, olhava disfarçadamente para aquele sujeito e eu ainda o via com o mesmo jeans batido, com o mesmo boné azul velho, com o mesmo sorriso de um adolescente buscando a felicidade, eu vi a alma, cujo azar, um dia, tropeçou numa pedra fria que era eu... E puts, eu estava com a mesma camisa do dia que você me perguntou “agora é tudo ou nada” e eu respondi “nada” – quando queria responder “tudo” – maldita timidez! Senti vontade de rir ao lembrar...

Houve uma tentativa de encontrar olhares, mas lutei pra que isso não ocorresse, afinal, o que os olhos não vê - o coração não sente... Não quero sentir de novo, não quero machucar de novo.

Sempre haverá um momento que um descerá em um ponto de ônibus diferente do outro... Ah!! Mas tínhamos tanto em comum, eu me senti uma criança sem rumo e birrenta de novo, por um instante.

Mas isso tudo foi só uma lembrança, uma saudade daquilo que nunca poderemos viver, nada-além-disso.

Não somos os mesmos não é mesmo? Porém que mal há em recordar?

Eu gostava das suas conversas e histórias...
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