Marianne

O Amor é um dom, os homens fazem dele uma maldição!
Marianne
Certa vez li um poema de um poeta de Cunha, tinha um trecho que falava o seguinte: “O amor não é tudo - você disse...”/ Então o que é o nada?

Com poucas palavras ele soube falar muito. Cada vez que caminho pelas mesmas ruas na companhia de novas pessoas, noto que as ruas jamais irão mudar, não importa com quantas pessoas eu passe por elas. “O amor não existe”, me falaram uma vez, então o que existe? Se o amor não é tudo, ele deve ser o nada, mas se ele é nada, de certa forma ele é um tudo, o tudo que é vazio e ausente talvez, pois se o tudo não houvesse, como haveria a consciência do nada?

A minha solidão talvez irrite as pessoas, elas me tratam como se essa minha solidão fosse um câncer do qual eu não quero me curar. Mas a minha escolha está feita por uma profunda reflexão, as pessoas não amam o objeto do amor em si, porque elas não enxergam esse objeto, elas amam o desejo, o prazer, as vontades que esse objeto lhes proporcionam, mas o ser em si nunca é visto, é inalcançável, eles sabem que ali há algo, há um objeto que manifesta sentimentos neles, mas apenas pela sensibilidade, amam pela busca de prazeres que nunca são satisfeitos e por isso ficam aprisionados dentro desse ciclo infinito, trocando de objetos como trocam de roupas.

Ás vezes encontramos uma pessoa que se diferencia de outras, sabe aquela que te dá atenção mesmo estando atrasada para um compromisso, aquela pessoa que sorri quando te vê, que te ajuda quando você não é capaz de fazer isso, aquela pessoa que encontra o seu eu perdido e traz de volta para você? Aquela pessoa que você sente vontade de ver sempre, aquela pessoa que você passa pensando nela e sobre a vida dela a cada segundo do relógio sem se dar conta disso? Mas quando você se dá conta disso, então começa o problema, você descobre que está amando, e o desespero começa, a especulação em busca de informações sobre essa pessoa começa, e cada dia é uma angustia que acorda, repousa nos sonhos e volta com o sol. Você chora e não sabe bem o motivo, até que descobre que essa pessoa já tem alguém por quem ela vive da mesma maneira que você está vivendo, mas de uma forma diferente, o amor é mútuo.

E então um grande vazio se abre na alma, e você corre para um lugar aonde ninguém possa ver seus olhos, você senta na sarjeta e uma sombra vem ao seu lado e te diz: - Olá amiga, posso te fazer companhia?. Ela pergunta seu nome e totalmente culta fala: - Prazer, meu nome é Solidão.

Você encontra uma amiga que veio até você, ela não preenche seu vazio, ela é sábia, ela diz que o vazio nunca será preenchido, mas ela te ensina a aceitá-lo e as coisas se tornam mais toleráveis.

Drummond observou uma mulher e sua solidão, não como se fosse uma doença... Escreveu sobre ela:

“...Não me parecia criatura inquestionavelmente real; e por mais que aferisse os traços positivos de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e sociabilidade, restava-me a impressão de que ela não estava onde nós a víamos... Distância, exílio e viagem transpareciam no seu sorriso benevolente? Por onde erraria a verdadeira Cecília...“

A solidão é a serpente do paraíso que me seduz se contornando entre as folhas da arvore do conhecimento, enquanto eu não comer todas as maçãs, não procurarei para mim nenhum Adão a não ser que este já tenha experimentado o fruto proibido do conhecimento antes de mim....
Marianne

Para você "Sr." MK.
Marianne

Nietzsche. A Gaia da Ciência - São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

(Se fosse você meu caro amigo, atravessarias essa passarela em minha direção ou se calaria?)
01/dez - Não, você não atravessou também, você se calou...



Marianne

O VENENO ESTAVA NA FERIDA E A FERIDA NÃO CICATRIZAVA...
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Marianne

O destino de todo ser humano é ser sozinho, não há um ser acompanhado, pois cada ser ocupa-se de si mesmo, não há espaço em si para um outro ser.
Aquele que abandona é sozinho em si;
Aquele que é abandonado é sozinho em si;
Quando morremos, vamos sozinhos, isto é, SE vamos realmente para algum lugar...
Marianne

Vídeo de apresentação sobre o livro de Jules Michelet - A Feiticeira; aula de História Medieval, do dia 24/11/2009, Filosofia 2S2009 - UNIMEP.
Marianne
A vida é um ambiente que foge da razão e do nosso saber. Dentro desse ambiente as conquistas e as perdas não são conseqüências, e sim acidentes. “Acidentes” no conceito de que não houve previsão para determinada ocasião que ocorreu, ou seja, como algo inevitável e imprevisível.

Como uma moeda, há sempre dois lados que nunca se separarão, e sempre ficamos de joelhos em um único lado, pois não há maneira de estar dos dois lados, pois quando se está de um lado, não se está no outro lado. Não há fuga, ou adaptamos nosso emocional ao lado que caímos, ou independente de nossa reação, mesmo que, nos tornemos neuróticos pela não-aceitação do lado da moeda que estamos, supostamente do lado de perdas, estamos já adaptados nele, pois estamos perdendo, seja como for ou o que for.

Cada pessoa é livre dentro de si mesmo, basta criar consciência disso e usufruir das boas coisas, mas no seu exterior, tal liberdade é limitada.

Amigos são conquistas, amores são milagres, muitos vêm e muitos se vão, poucos ficam, metade dos motivos para amigos e amores ficarem dependem de nós, a outra metade depende deles, por isso não devemos assumir uma culpa que não é nossa, pessoas erram com nós e mesmo assim tentamos santifica-las para não perder a boa imagem que criamos devido a afeição que tínhamos por elas.

Devagar as células se juntam e formam um corpo na sua naturalidade, na mesma velocidade se destroem, assim é a vida, uma construção, uma destruição, uma reconstrução, agüenta coração sofrer por tantos níveis emocionais assim!

Uma vez me deixaram um verso que falava que, o que a vida quer de nós é coragem. Mas a coragem é o lado oposto da moeda que tem o medo, talvez eu tenha os dois lados em mim, mas a base dos meus pés é sempre única, ou do medo ou da coragem.

Eu diria que a coragem está na ilimitação do meu interior e o medo na limitação do meu exterior, e justamente esse medo sufoca essa coragem.

É preciso ter coragem para dar adeus com tanto medo, e é preciso ter medo para das adeus com tanta coragem, quer queira, quer não, tudo isto que nossos olhos conseguem ver nessa dimensão, cedo ou tarde, irá ir embora, sem chance de retorno. Se isto diz respeito as pessoas, será sempre confortante deixarmos cada pessoa com doces palavras, com intensos sorrisos, com declarações, com resolução de problemas, acumular problemas faz mal a saúde! E não importa o quanto nossa certeza seja absoluta que tornaremos a ver cada uma dessas pessoas.

Não somos capazes de perceber a nós mesmo, sem olhar para o espelho com o nome de outro, só assim somos capazes de “refletir”.
Marianne

O isolamento está se tornando uma das febres mais forte dessa década, assim como as síndromes emocionais. Ser sociável se tornou uma pressão, algo forçado para a sobrevivência, no mesmo cenário, a falha no dique é a apelação as drogas, lícitas ou ilícitas.

Um comprimido nos deixa sociável por quatro horas, nós sorrimos sem forçar, nós choramos sem vergonha, nós participamos de reuniões com pessoas importantíssimas, sentimos que somos capazes de “conquistar o mundo”, mas e depois? Quando o efeito termina, voltamos a estaca zero, ou menos zero, nós nos encaramos e o que encontramos é o oposto do que gostaríamos de encontrar – nós tais como somos.

A dependência surge... E não digo necessariamente das heroínas, das maconhas, das balas e essas drogas da noite, digo dos “inocentes” comprimidos dados nos divãs das quintas-feiras, começa com diazepan, lexotan, de inicio é um comprimido a noite, depois um de dia, outro a noite, logo dois de dia e três a noite, até surgir o efeito oposto do desejado e nessa alienação nos vemos pulando de marcas de calmante e anti-depressivos como macaco pulando de galho em galho, e a cura? Não há cura, e sabe por quê? Porque desespero não é “algo” orgânico, não é uma pancada no joelho roxa que se alivia e tira com gelol, nem aquela dorzinha de cabeça chata que o dorflex “cura”.

O mundo que você poderia conquistar torna-se um inferno!

Já não somos capazes de encarar o outro nos olhos, andar em multidões é o mesmo que mergulhar no fundo do oceano e não conseguir encontrar o topo para respirar... Mas quem não estuda – não trabalha; quem não trabalha – não come, nem bebe; quem não come e nem bebe – não sobrevive!

Estamos dormindo no berço de uma sociedade que nos manipula como máquinas, trabalhamos para ela, esquecemos de viver e apenas existimos com um relógio no peito esperando a pilha acabar, e o pior, desejamos que essa pilha acabe o quanto antes.

É assim que as coisas são... Como uma criança corre para debaixo do cobertor quando ouve um barulho que lhe causa medo a noite, nós, adultos, corremos para o isolamento, já que na tentativa de sermos tão iguais e cópias fisicamente, acabamos por nos tornarmos tão diferentes intelectualmente, que dialogar com o próximo tornou-se a coisa mais difícil a ser feita, e para isso ser possível tomamos leves alucinógenos que mascara nós mesmos e os outros.
Marianne

Estou aqui olhando para a noite
Contanto quantas estrelas brilham como você
Fazendo uma prece para a lua
E sussurrando todos os nossos segredos ao céu
Você sabe, ainda estou congelada em fevereiro,
E as ruínas que você deixou ainda estão intactas

E se eu for atrás de você?
Quantas mentiras novas você irá trazer?
Eu somente queria minha identidade de novo
Da forma que eu tinha antes de você partir
E o que aquela terra tem a mais do que eu?
Uma economia do seu miserável dinheiro?
Me diga... qual é o seu preço?
Então direi se você vale aquilo que você cobra...

Há tantos corações desesperados
Sem uma companhia de estimação
Mas não vou manter em mim
Aquilo que você matou em você
Nem vou chorar as lágrimas
Pois o destino dela não te faz as merecerem

Para sempre te seguindo como sombra
Mais uma adolescência jogada na sarjeta
Mas não vou sentar na noite esperando por seu brilho
A lua é testemunha da nossa insignificância aqui a baixo

Acabou... ao menos sei que você não matará as lembranças
Que criamos juntos como crianças...
Marianne

Criei um vídeo sobre o Cap. III do livro de Freud - O Mal Estar na Civilização, como trabalho final para Antropologia Filosofica, espero que gostem. :)


Marianne
"Sou um futuro imaginado em um presente passado."

- Marianne Evangelista

Marianne


Pertenço á geração dos filhos dessa época, filhos de corações quebrados, filhos da ira e das ovelhas desgarradas... Ovelha negra; negra é a noite que ando sujando, sujando as ruas com meus pensamentos e as calçadas com meu descontentamento.

Um mundo que enxergamos em preto e vermelho, um arco íris cinza, poetas e romancistas de uma época sem paz, sem novidade, sem igualdade, sem, sem, sempre sem tudo e sem nada.

É a ausência das coisas que nos faz criar coisas, é a ausência de sentimentos que nos faz escrever, é o vazio impreenchível que nos faz saltar de nós mesmos para afogarmos novamente em nossa realidade.

A geração dos que tem e não-tem a liberdade, a geração do meio termo, da sexualidade... A geração que espelha para uma nova ser igual – matamos a inovação!

Pois quando tiramos os sentidos das coisas é quando as coisas fazem maior sentido.
Marianne

Esse poema é do poeta grego chamado Konstantinos Kavafis, ele escreveu á Ulisses, é um poema fantástico que faz você viajar quando lê, dono de uma intensidade e motivação.


VIAGEM A ITACA

Quando você partir, em direção a Ítaca,
que sua jornada seja longa,
repleta de aventuras, plena de conhecimento.

Não temas Laestrigones e Ciclopes nem o furioso Poseidon;
Você não irá encontrá-los durante o caminho, se
o pensamento estiver elevado, se a emoção
jamais abandonar seu corpo e seu espírito.
Laestrigones e Ciclopes, e o furioso Poseidon
não estarão no seu caminho
se você não carregá-los em sua alma.
se sua alma não os colocar diante de seus passos.

Espero que sua estrada seja longa.
Que sejam muitas as manhãs de verão,
que o prazer de ver os primeiros portos
traga uma alegria nunca vista.
Procure visitar os empórios da Fenícia
Vá às cidades do Egito,
aprenda com um povo que tem tanto a ensinar.

Não perca Ítaca de vista
pois chegar lá é seu destino.
Mas não apresse seus passos;
é melhor que a jornada demore muitos anos
e seu barco só ancore na ilha
quando você já tiver enriquecido
com o que conheceu no caminho.

Não espere que Ítaca lhe dê mais riquezas.
Ítaca já lhe deu uma bela viagem;
sem Ítaca, você jamais teria partido.
Ela já lhe deu tudo, e nada mais pode lhe dar.

Se no final, você achar que Ítaca é pobre,
não pense que ela lhe enganou.
Porque você tornou-se um sábio, viveu uma vida intensa,
e este é o significado de Ítaca.


PS: Vou ficar devendo o nome do dono dessa tradução.


Marianne

Estou grávida de idéias, vou dar a luz á um livro!!