Marianne

O tempo passa, mas por ser uma ilusão ele é eterno, embora não exista, todos estão ali amarrados nele, enquanto muitos se vão.

Vejo em algumas casas de comércios, que tem seu antigo dono falecido, conforme os ponteiros dos relógios seguem em círculos, pessoas antigas vêm perguntar sobre determinadas pessoas que aqui não jaz mais, e quando sabem da notícia são invadidas por um sentimento de saudade, lamentação e arrependimento por não terem vindo antes fazer uma visita, mas logo se consolam “mais um amigo se foi, logo será eu”...

E eles continuam ali andando no círculo do relógio, esperando a morte vim roubar-lhes um beijo, roubar-lhes a vida. Como um enamorado que rouba um coração de uma jovem e depois desaparece.

Porque parece que somos uma bateria que a qualquer momento terá sua energia acabada e seremos assim jogados fora?

O mundo, embora seja um inferno vivo e presente, é um lugar do qual não desejo sair tão cedo, mesmo que tenhamos que viver em grupos escondidos, mesmo que tenhamos que esconder nossas verdades daqueles que querem possuir tudo ao redor, é um lugar com muitas coisas para se conhecer...

Mas o tempo, como fugir disso? Ele pode não suceder á mim, mas sucederá naqueles que gosto, naqueles que não tem o grande segredo em si revelado...

Depois de termos vistos muitos companheiros do passado serem amarrados, mortos, pelo nosso saber, somos obrigados e arrastados á viver de uma vez por todas ao individualismo intensivo.
2 Responses
  1. Oi Oi Psique !
    Achei o seu texto meio "pra baixo"
    Essa ideia do mundo como local de sofrimentos, vale de lágrimas, eu não curto. Existem problemas, claro, mas a nossa capacidade de transcendê-los é infinita.

    "E eles continuam ali andando no círculo do relógio". Que beleza de frase !
    Beijo fraterno do Castello.


  2. Marianne Says:

    Sim, meus textos espelham o estado do meu espírito.

    Obrigada por acompanhá-los Luiz, você é uma pessoa muito especial!

    Abraços.


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