Marianne

Quieta, sinto-me como uma planta, sinto-me vegetando sentada em uma cadeira, prisioneira de uma máquina, então sinto que preciso escrever, colocar para fora o que me sufoca por dentro, a angústia, o medo de existir sem ter consciência disso, minha alma de repente parece dar um grito e o eco sai pelos meus olhos, mas ninguém percebe, ninguém consegue ler minha alma, pois meu olhar está morto, morto para esse universo automático que se move sem saber que caminho seguir.

Busco pedaços de motivações, em poemas, frases, auto-ajuda, anestésicos emocionais, que me servem de conformo por 7 minutos, 7 minutos e nada mais que isto, não sou conformada e nem consigo permanecer no conformismo.

Subo e desço minha lista de contatos e não encontro uma única pessoa que consiga ter um diálogo intelectual e decente comigo, procuro na minha caixa de e-mail alguma novidade, encontro sempre as mesmas propagandas, notícias de jornais eletrônicos e o incentivo ao consumismo, e nada, absolutamente nada disso altera meu estado ou me provoca algum tipo de desejo ou sentimento.

Sou como um lago parado que á muito tempo não vibra suas águas.

E como me conheço bem, imprevisível á mim mesma eu sou, de um segundo á outro irei dar um salto para mudar a rotina, um salto que causará um caos, mas logo se tornará outra rotina...

Porque ás vezes eu sinto que estou acorrentada nessa cidade pequena, que não evoluí, sinto-me como uma árvore, pressa ao chão pelas raízes, mas que espera no vento, pois é ele que dá esperanças, que leva suas folhas embora para um lugar que ela nunca estará...

Meus pedaços ás vezes são levados embora e secam em qualquer sarjeta por ai, mas eu, eu ainda estou aqui, como dentro de uma cúpula de vidro que não me deixa escapar, que me impede á voar...

Não quero dar uma conclusão para essa reflexão, deixo estacionado por aqui mesmo.
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