Marianne
Poderia, talvez, ter deixado de ser, algo mais que um cigarro sujo de batom?
A noite era barulhenta demais, porém o único som que parecia ser ouvido era das nossas vozes.
Diálogos e questões incômodas, das quais se construiu com cada frase um pedaço da ponte entre nós; seu olhar chamava minha alma para pisar nessa ponte quebradiça, a razão fugiu por entre meus dedos, eu deveria ter a segurado? Minha alma foi pegar em sua mão enquanto o corpo dormia em algum beco coberto de fumaça... Eu deveria saber que onde começa o amor é onde o desejo acaba.
Em que ilha está ancorada nossa emoção? Em que mar está essa ilha? Em que mundo está esse mar? Onde estamos nesse infinito afinal?
Meu medo? Meu medo é estar entrando inconscientemente em círculo vicioso do qual eu me engano, sempre achando que será novo, diferente, tenho medo de descobrir que o labirinto que entrei não tem saída... Ainda mais quando a própria entrada se transforma em uma parede para me confundir...
Você traz para a minha realidade um tempero surrealista, como busco agora a verdade, pois o que mais temo é a mentira – malícia! Você possuí integridade?
Se sou Alice, curiosa e despreocupada, você é o coelho que corre contra o tempo, porque eu te sigo? Se esse país é de maravilhas porque busco encontrar uma saída? Porque sinto que você sabe onde ela se encontra? Porque sua boca não fala e seu olhar só demonstra?
Queria saber por que você corre assim? Com o quê você tem horas marcadas afinal?
O seu mundo é feito de sonhos, contos, bonecas, gnomos, desejos, pecados, medos - e capital...
A minha caneta chora tinta negra no papel, tentando marcar a falta e o medo de um final...
Mas se o meu nome começa no mar o seu terminar no mar, uma sílaba gêmea, vamos conseguir colocar nessa brincadeira um "A"?
Sabe, na verdade, não quero um felizes para sempre - apenas quero um felizes para agora.
Coelho agitado, só não me deixe ir embora...
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