Marianne
Febre insuportável queimando um organismo a meses
O reflexo no espelho é a maior mentira já vista
Mas o que importa os sentidos das coisas quando não os reconhecemos?
Na beira de um lago morto, deslizo minhas mãos na margem e um simples toque faz ondular a camada de limbo verde que protegia a superfície
Sinto medo do que essa superfície está escondendo de mim
Minha imaginação é tão intensa e criativa que cria o que jamais foi criado
Nunca estive tão indiferente com tudo, sem exceções, tudo, tudo, tudo...
A minha vida é um surrealismo, pura arte estacionada em uma tela
Eu só preciso agora de muitos doces coloridos para poder dormir
Pois quando deito eu sinto a certeza absoluta de que estou indo viajar para outro mundo
Um mundo que mais se parece como uma tela de cinema
Onde eu sou a personagem principal buscando algo infinito
Que deixa de ser infinito logo após a minha definição
Pura abstração de um dia nebuloso sem muito animo para ficar acordada... 

1 Response
  1. Gilmar Says:

    Por mais que o infinito pareça ponto de chegada, uma avalanche de novas buscas serão desenhadas. Pode acreditar. São as desacomodações necessárias para outros reequilibrios. Recomeços intermináveis. E enquanto houver recomeços, há vida pulsando intensamente: grandes encontros à espreita.


Postar um comentário