Oi meu bom amigo D., talvez o dia não seja tão especial para nós como está sendo para os outros, afinal, quando eu concluir esse texto já será um outro dia e talvez pensaremos juntos que foi só um dia como todos os outros.
Você me veio em mente, pois acho que de todos os amigos você é o que mais se aproxima da minha situação e por isso pode ser que seja o único a entender essa angústia, como se dividíssemos algo ou pudéssemos sentir o sabor do fel que ninguém sentiria como nós.
O “agora” do passado te pegou de surpresa assim como me pegou, pena que eles não entendiam como o “agora” era um tempo tão curto que mal conseguíamos pensar como agir diante daquela situação embaraçosa que nos provocava medo, incompreensão, escolhas rápidas... As maiores surpresas sempre nos pegam no “agora” e é difícil ter uma reação calculista.
Por um lado foi um pouco diferente o que passamos, mas as situações foram paralelas, de um lado, em um lugar longe você deixava alguém partir querendo te levar e do outro lado alguém partia e eu queria que me levasse, mas talvez hoje o que há de mais comum entre nós é um sentimento de que não deveria existir a partida, o adeus, a ida, a última cena...
Ás vezes caminhamos sozinhos como se na rua pudéssemos encontrar algo que perdemos, algo que não sabemos bem o que é, mas tudo indica que esse algo seja nós mesmos. Somos de certa forma tão individualistas, que na dor nos silenciamos e nos auto-consolamos, pois nessa dor evoluímos e descobrimos que estamos só dentro de nós mesmos e jamais ninguém poderá saber o que é ser o que somos, o que é sentir o que sentimos...
Você já temeu em pensar que ás vezes lutamos para provar algo não para nós mesmos, mas para aqueles que conseguiram atingir um espaço de nossa alma que ninguém nunca conseguiu afetar? Às vezes tenho medo de estar lutando pelo outro não por mim mesma, mas talvez o significado de tudo isso seja a importância de continuar seguindo, mesmo sabendo que um pedaço foi levado embora, há pessoas que não consegue continuar como continuamos.
Espero que um dia, quando a gente se ver possamos rir de tudo isso, um sorriso de sabedoria e não de lamentação, um sorriso de conquista e não um sorriso de máscara que esconde um rosto lagrimejado do passado.
Sim... Esse sentimento incômodo foi necessário para que pudéssemos começar a nossa história e desapegar da sombra do outro.
No fundo da alma, não nego, sinto que há um determinismo... Quem sabe, pois eu não sei, mas espero, espero que possamos sorrir esse sorriso o mais breve possível.
Feliz mais um dia da nossa existência!
Ah, talvez você questione se esse D. é você mesmo, bom, você sabe que é você mesmo, no instante que ver a inicial do seu nome. Meu bom e especial amigo.
olá, minha boa amiga Marianne! Sinceramente, essa parte do teu post me sensibilizou bastante:
- Você já temeu em pensar que ás vezes lutamos para provar algo não para nós mesmos, mas para aqueles que conseguiram atingir um espaço de nossa alma que ninguém nunca conseguiu afetar? [...]
É mais uma angústia que compartilhamos, não é mesmo? Creio que poderíamos passar horas discutindo apenas esse fragmento porque os impactos desse temor em nossa vida é maior do que suportamos perceber.
Eu sei que a tua vida não é fácil, minha boa amiga. Trilhamos caminhos tão difíceis para alcançarmos nossos sonhos e recebemos pouquíssimo reconhecimento por aqueles que deveriam nos apoiar [a seguir em frente com nossos sonhos] e pela nossa coragem em adimitir todas as nossas covardias cotidianas.
Eu torço para que a minha alegria em ter me formado em Ciências Sociais sirva de motivação pra você terminar sua faculdade.
Continue escrevendo! Sempre bom te acompanhar por aqui.
Meu bom amigo Diego,
Realmente, é nossa angústia, mas ela se torna leve pra mim, pois tenho um amigo que a entende junto comigo - você!
Não tenha dúvidas, você não é somente uma motivação, mas um exemplo que com orgulho digo que sigo.
E o senhorzinho vê se volta a escrever mais também, saudades de ler seus posts no blog! Abraços!