Nos devaneios vividos a dois, sempre houve a impossibilidade de sentir as coisas vividas de forma igual. Na inútil tentativa de ser o outro, terminamos sem sermos nós mesmos. Quando isso ocorre, surge o desamor, pois os enamorados contemplam um ao outro, não a si mesmos; quando o outro era ele mesmo, na mudança de personalidade e no desespero imanente de prender o objeto amado, acreditando que ser o outro, será eterno o caso, descobre-se que ser o espelho do outro nunca o fará ser seu eterno amante, pois a maioria não é capaz de amar a si mesmo ou uma cópia de si mesmo, em outros casos o espelho é motivo de desespero! – O que muito ocorre é que na idealização o sujeito almeja tornar-se o objeto.
Eis um dos motivos que alimentam a minha solidão: há de existir indivíduos que entendam que a condição humana é ser um ser completo e não uma metade, uma metamorfose de caos onde não se sabe mais definir-se sujeito ou objeto?
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