Eu estive aqui a todo tempo, vendo o seu reflexo na minha superfície, encantado com o seu brilho eu acabava por abraçar a mim mesmo. Toda a minha imensidão se tornava pequena quando eu olhava para você e então senti a solidão ser mais profunda que todos os segredos que eu havia escondido em mim mesmo. O verão quando vinha com o seu calor, era o instante que mais próximo me sentia de você, pois o vapor dos meus sentimentos transformava-se em nuvens e a esperança de te alcançar era cada vez mais forte, porém não por muito tempo, logo o pouco que de mim aproximava de ti, cai de volta para o meu colo. E você sempre a brilhar, um brilho que escondia a própria face e eu mal sabia se sorrias ou se choravas, eu apenas te contemplava. Na minha angústia agitava as maiores ondas que havia em mim, eram tão altas que engoliam navios e qualquer coisa a flutuar em mim, pois não queria nada além do seu reflexo, do seu reflexo deitado sobre mim. Não sei se me notas quando és tão rodeada por inúmeras nebulosas, por imensas galáxias, por um espaço tão brilhante que vive em constante movimento, exibindo todas as suas cores que se destacam na escuridão do vácuo... Ainda eu sonho, sonho com o impossível de ver cair em minhas águas uma única faísca de ti, oh Estrela, e eu, esse Mar que chora as próprias águas, poderá ser feliz ao menos um instante antes de secar em si mesmo pela própria solidão, pela própria espera que desespera...
"Poderá uma estrela do mar apaixonar-se por uma estrela do céu?"
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