Marianne


Caminhava cegamente, como todos, rumo ao abismo. Mas, de repente, abriu os olhos. Viu a multidão cega, o abismo e com olhos honestos, percebeu a cultura de guerra de nossa sociedade e os espinhos nas costas de todos.

Sentiu a dor da existência, a alegria profunda que vinha à tona nos momentos de frescor, e mais dor pela lembrança desses mesmos momentos.

Sente profundamente o fato de não conseguir compartilhar toda a infinita alegria e sensação do sublime que sente por vezes, às vezes mais profundamente do que a visão noturna da multidão caminhando cegamente rumo aos abismos infinitos.

No final, sabe que tudo está certo e que tudo, no fundo, está bem.

Sabe que o sublime e o terrível são duas faces da existência e que no fundo as coisas não são tão sérias quanto parecem ser...

Percebeu o teatro da vida diária, as sombras da vida noturna e caminha transitando por esses dois universos, com um olho aberto e o outro, fechado conscientemente.

Seu coração que tem por dentro uma coleção das coisas mais iluminadas e doces da vida tem por proteção externa - cicatrizes - uma carapaça blindada.

Mas talvez este seja o jogo: perceber o que une todos naquilo que se afasta.

"As mônadas não se comunicam diretamente, não possuem janelas, mas todas elas estão sintonizadas pela Harmonia Preestabelecida", disse um dos antigos...

- Autor Desconhecido
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