Aquele grito de amargura
E seus remorsos, seu suor de sangue,
Como eu ninguém os conhecia:
Pois quem vive mais de uma vida deve
Morrer também mais de uma morte
(página 978)
Pois quem peca segunda vez, acorda
Uma alma morta para a dor,
Tira-a de seu sudário maculado,
Fazendo-a de novo sangrar,
E a faz sangrar grandes gotas de sangue
E a faz sangrar inutilmente.
(página 979)
E todo o tempo a cal ardente come,
A carne e os ossos seus devora,
Come de noite os ossos quebradiços
De dia come a carne mole,
Por turno vai comendo a carne e os ossos,
Mas sem cessar o coração.
(página 980)
WILDE. Oscar. Obra Completa.- Rio de Janeiro: Editora Nova Aguiar, 1993.
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