Eu vivia em uma constante quebra de ondas, mas um bom amigo me ajudou a chegar na beira do mar. Encontrei uma trilha que me levou a um porto seguro, encontrei um novo barco, ancorei na minha ilha, mas e agora?
Sei que me afoguei inúmeras vezes, sei que me quebrei mais do que as ondas, toda essa agitação passada me ensinou a nadar, me ensinou a temer o mar, me ensinou a respeitar o mar... E se não fosse por esse maremoto de águas a me inundar eu jamais saberia valorizar quem me valoriza, eu jamais teria encontrado o caminho certo para mim.
Agora é só seguir... Estou seguindo, mas não há prazer, não há intensidade como havia na fúria das águas, tudo está sereno demais e essa serenidade me faz sentir saudades das tormentas. Nunca estamos satisfeitos com o que somos, temos e estamos.
É que ao chegar na minha ilha, eu descobri que ela era vazia, não havia moradores nela, embora houvesse tudo o que eu precisasse para sobreviver, não havia ninguém para me distrair a viver.
Talvez em alguma tempestade, eu tenha deixado cair sem querer o meu coração no fundo do mar...
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