Marianne
A cada manhã quando abro meus olhos, noto que a minha existência está de alguma forma diferente da última vez que os fechei.

É como se eu tivesse que recomeçar, como se o sono fosse um fim, e o despertar um começo, fazendo disso um ciclo vicioso. Estou entediada, nada me traz satisfação, não sinto necessidade de coisas materiais, não sinto falta de companheirismo, é como se meu ser fosse atravessado por uma flecha, fazendo sangrar do meu peito qualquer tipo de querer, uma apatia incontrolável, como se o vazio e desespero fosse abraçado e aceitado para todo o sempre.

O que você faria se soubesse que a pedra que você vai (planejar em) lapidar, não é o diamante que você espera? Muitos notaram isso quando tentaram tirar de mim tudo aquilo que possivelmente ocultava meu brilho, mas que me protegia dos olhos gananciosos. E quando alguém se decepciona com você, ele te decepciona também e faz você decepcionar-se contigo mesmo, são três decepções!!! E em uma tarde com uma chuva horrível e um frio insuportável, ele se vai e te deixa como um cão ensopado na beira da plataforma.

Se vira cão inocente, sai caçar com suas garras agora!

...

Está calor e eu não sinto vontade de existir lá fora, essas quatros paredes parecem ser as melhores amigas, simplesmente por não terem bocas para palpitarem sobre minhas tragédias humana.

Natal, ano novo chegando... Uau!!! Que grande porcaria! Os dias não existem, só há uma seqüência de fatos mornos. As pessoas decepcionam umas as outras e depois quando chegam nessa data, acreditam estarem sendo invadidas por um grande espírito de bondade, o qual deve dar e receber o perdão, e todos se abraçam, quando a verdadeira vontade é enforcar um ao outro, e pedem para Cristo os abençoar... Existe um espetáculo de circo mais irônico que este? Porque não deixou que essa bondade invadisse no momento em que pensou em ferir de alguma forma o outro?

Mas vamos lá de novo, viver essa grande falsidade de ceia natalina, estourar fogos de artifícios no ano novo, abrir garrafas de champagne tentando atingir com a tampa a cabeça daqueles que mais odiamos, mas que naquele instante temos que fingir que amamos, claro.

“Feliz” Natal e “Próspero” Ano Novo! Desejo que consigas acertar a cabeça de quem você mais “ama” com a tampinha da champagne!

-Mari-
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