Marianne
Em determinado período de nossa vida, conforme somos submergidos por uma maré de experiências – geralmente dolorosas – redescobrimos os nossos valores, acabamos por entender sempre que há males que vêm para o nosso bem.

Estive analisando, o convívio social em certa altura, começa a se tornar uma seleção, você se torna aquele que você acompanha. Gostaria de colocar aqui uma questão para reflexão: Com quem você andou esses últimos tempos? Quem você se tornou? Será que não chegou o momento de começar a fazer essa seleção?

Percebi tarde, porém a tempo, certos costumes errôneos e triviais que em uma época não me pertenciam, passaram a manifestar-se em mim, passei por uma época em que todo momento era sobrepujado por atos falhos, nada mais, nada menos que ações e expressões expostas sem pensar. Se você mergulha em um rio você acaba sendo levado por ele e por suas torrentes, mas seguindo a simbologia, já que sempre somos levados pelas águas sociais, é melhor mergulhar em um rio de águas limpas e não em um rio sujo de tanta ignorância.

Somos considerados superiores a toda espécie por ter inteligência e consciência, consciência de que existimos, de que aquilo e aquele existem e é claro, a nossa percepção consciente de tudo ao nosso redor e de nós mesmos. Mas já reparou como há indivíduos que vivem como se não tivessem nada disso em si? E então me inundo de dúvidas, considerando as teorias de Darwin, me parece que o corpo de alguns evoluiu sim, passou pelas metamorfoses do tempo, mas o cérebro continua atrasado, mas na linguagem civilizada, dizemos apenas que está “alienado”.

A mídia! Entra então algo para colocarmos a culpa, afinal, se tem algo que eu considero ser realmente criado pelo homem é colocar a culpa em qualquer coisa ou em qualquer outro, então vamos colocar na mídia, afinal - há tantos afinais - é culpa da mídia (ironia!) o fato do ser humano ter a mentalidade de um primitivo e não ser capaz de controlar a si mesmo no consumo, na cópia, pois bem, esse fato da cópia me estimula nessa reflexão, já notaram como ninguém é como é? Sempre cópia de algo, sempre copiando algo, porque uma roupa deixou aquele ator (atriz) belo(a), as pessoas se alienam achando que se vestir a mesma roupa também ficará com a beleza deles; isso envolve tudo, cores e cortes, vamos copiar o que é belo mesmo sabendo que não somos belos!

Acredito que Oscar Wilde usou uma expressão da qual me recordo sempre, é a seguinte “vestir-se de si mesmo”, porque ninguém busca ser o que é, apenas tenta ser o que outro é?

O que mais vemos é tudo modelos iguais, lembro bem no primeiro curso que fiz na faculdade, as meninas da minha sala pareciam ser Xerox uma das outras, o mesmo modelinho americano que eu costumo chamar de “Barbie”, cabelo com chapinha e tingido de loiro, eu me confundia tanto com as cópias que não sabia quem era quem, tudo era o mesmo, mesma roupa, mesma maquiagem. Tinha também as alienadas no estilo fantasma, que seria a versão “dark” das “barbies”, cabelo preto com chapinha, parecia um jogo de xadrez no intervalo, peças iguais que mudavam somente as cores.

As pessoas recorrem aos meios estéticos pela infelicidade de ser o que é. Isso se verte em uma doença psicológica, e sabe o que é mais cômico nisso tudo? É a pessoa entrar em um estado que sabe que pode ter a consciência disso, mas nega, realmente a negação de si mesmo é tanto que preferem viver essa ilusão. O pior cego é aquele que não quer ver, ou melhor, o pior ignorante é aquele que nega a conhecer!

A sociedade se tornou um manicômio! Escolha que tipo de louco você quer acompanhar, eu pessoalmente prefiro os loucos intelectuais, cultos e que sabem comportar-se, ou melhor, os loucos que pensam e evitam agir como primitivos irracionais.

Aprenda a atuar na sociedade do espetáculo!
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